Cronologia da Transição

Hoje vou contar um pouco sobre as mudanças que aconteceram nesse período e como tudo foi se transformando na minha rotina de maneira gradual e orgânica.

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2012
Após dois anos como 'housewife', retornei ao mercado de trabalho e não dei mais conta de atualizar e manter o blog.

2015
Fiquei afastada por dois meses das minhas funções por problemas na coluna e nos membros superiores.
Todas as minhas atividades físicas foram interrompidas por recomendação médica.

2016
Entrei para o programa de readaptação funcional.
Fiz incansáveis sessões de acupuntura, RPG, Pilates, infiltrações, ondas de choque e fisioterapia. 
Também usei diversos medicamentos para controle da dor crônica.
Comecei a fazer meditação e caminhada, já que era a única atividade que eu podia e conseguia fazer sem sentir dor.
Com o passar do tempo arrisquei uns trotinhos e o corpo aceitou bem.

2017
Conheci e passei a acompanhar os podcasts semanais da Tribo Forte, produzidos por Rodrigo Polesso e Dr Souto, conheci também o Dr Rodrigo Bomeny e a nutri Lara Nesteruk. 
Consumi todo o conteúdo que eles tinham disponível, fiz minhas pesquisas e foi assim que a alimentação forte e a lowcarb entraram na minha vida.
A princípio tudo aquilo parecia impossível e improvável de funcionar e dar certo.
Mas resolvi pensar um pouco fora da caixinha e lá fui eu testar essa possibilidade.
Aos poucos fui mudando uma coisinha aqui, outra ali. 
Substituí um alimento X por outro Y, evitei alguns, incluí outros e quando fui ver já não sentia mais aquela compulsão louca por doces. 
Aprendi a tomar café (sem açúcar, claro).
A sensação de fome e a vontade de comer ganharam um outro significado. 
A necessidade de fazer lanchinhos ao longo do dia desapareceu. 
Os intervalos entre as refeições foram ficando maiores.
Com a mudança na alimentação percebi que os episódios de dor foram diminuindo na frequência e no tempo de duração e não necessitava mais de tanta medicação.
A corrida já ganhava um espaço maior na minha rotina.
Consegui introduzir mais exercícios de fortalecimento. 
Mas ainda assim, vez ou outra, entrava em crise e tinha que parar tudo de novo.
Foram tempos bem difíceis para mim. 
Aquele famoso 'um passo para frente e dois para trás'.
Mas essas mudanças me trouxeram um conforto e a esperança de dias melhores.

2018
Já estava bem adaptada à lowcarb, totalmente baseada em comida de verdade. 
Aos poucos o jejum intermitente foi acontecendo naturalmente. 
Perdi um pouco de peso e a mudança na composição corporal passou a ser visível.
Participei do evento Tribo Forte ao Vivo, aprendi um pouco mais sobre o assunto e pude conhecer a história de sucesso com ganhos na saúde de outras pessoas.
Com o passar do tempo consegui perceber e identificar melhor os movimentos e as atividades que eu precisava evitar no dia-a-dia e assim as crises diminuíram ainda mais. 
Passei a treinar em jejum e o rendimento e a recuperação só melhoravam.
Fui dos 5k para os 10k, depois para os 21k e finalmente cheguei aos 42k. 
A sensação de gratidão pela conquista e superação é indescritível. 
Foi uma das jornadas mais incríveis da minha vida. 
E ao contrário do que alguns médicos diziam, a corrida foi fundamental e me ajudou muito no processo de recuperação.

2019
Praticamente já tinha eliminado da minha vida o consumo do açúcar e da maior parte dos alimentos processados e ultra processados.
Deixei de consumir doces, farináceos, pães e massas em base regular. 
As exceções se tornaram realmente exceções. 
Deixaram de ser aquela desculpinha marota para satisfazer um paladar mimado ou apaziguar um punhado de emoções mal resolvidas.
Eu finalmente assumi o controle e a responsabilidade pelas consequências das minhas escolhas.
Foi um ano pesado e estressante no trabalho.
Diminuí o ritmo das atividades físicas depois de um desequilibrio da tireóide e a dor crônica voltou a incomodar em períodos mais curtos novamente.
Fiz a leitura do livro A semente da Vitória, do Nuno Cobra, que me trouxe muita luz acerca da minha trajetória.

" O que antes parecia impossível torna-se possível quando alguém se sente apto a transpor todos os obstáculos, conhecendo a sua verdadeira grandeza interior". (Nuno Cobra)

Conheci um outro método de corrida, o método MAF, que usa uma estratégia de treinamento completamente diferente, baseada na frequência cardíaca, que exige pouquíssimo esforço e quase zero desgaste físico. Me dediquei a ele por 9 meses com algumas interrupções. Mesmo assim o progresso no condicionamento foi notável e o controle da dor foi se estabilizando novamente.

2020
Mudei de função no trabalho.
Epidemia de COVID-19 bateu na porta e bagunçou tudo.
O isolamento e o distanciamento social mexeram bastante comigo. 
A falta da atividade física, a suspensão do pilates e da fisioterapia me deprimiram muito.
Fiquei apática, sem força. Não tinha vontade de fazer nada.
Descontrolei bastante a dieta. Tive outras crises. Voltei com os remédios.
Tive a percepção e consciência do que estava acontecendo comigo.
Não tinha como esperar ou deixar para lá.
Decidi fazer algo pela minha saúde física e mental.
Retomei as atividades físicas e dei outra limpada na alimentação.
Treinos externos, individuais e solitários. 
Horários alternativos para não encontrar ninguém. 
Máscara de proteção.
Comida de verdade.
Hidratação. 
Sono.

Renasci em uma semana.

Hoje conheço bem mais os meus limites, o que posso fazer e o que eu não posso e até onde posso ir. Continuo trabalhando e me esforçando bastante para superá-los.

Durante esse tempo, desenvolvi uma prática culinária intuitiva e criativa, de livre experimentação.

Os principais fundamentos são usar o que se tem em mãos, o simples pode se tornar maravilhoso, não tenha medo de errar, não se prenda a roteiros pre estabelecidos, improvise.

Aprendi que na cozinha, assim como na vida, tudo é possível.


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Ela é feita de erros e acertos. 
                  Combinações perfeitas e imperfeitas.
             Desencontro e explosão de cores e sabores. 
                  Texturas que acolhem e incomodam.
              Aparências que enganam e surpreendem.
                        Aromas que enchem a casa.
                    Memórias, tradições, inovações.




E são esses aprendizados que eu quero compartilhar aqui.

Deixo para vocês duas frases que fazem todo o sentido para mim:


"Que o seu alimento seja o seu remédio e seu remédio seja o seu alimento". (Hipócrates)

e

"A mudança acontece através do movimento e o movimento cura." (Joseph Pilates)


Espero ter trazido à tona algumas reflexões.

Até a próxima!

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