Quando Menos é Mais!

Dando continuidade ao assunto da semana passada, hoje vamos falar um pouco sobre o que acontece no nosso corpo nos períodos em que ficamos sem nos alimentar.

Photo by Jordan Arnold on Unsplash

Quando estamos em estado não alimentado (jejum), o organismo deixa de usar preferencialmente a glicose (açúcar) como fonte de energia. 
Nesse ambiente, os níveis de insulina no sangue baixam e o corpo passa a usar os seus estoques de gordura (tecido adiposo) para produzir energia. Essa gordura é quebrada em ácidos graxos, que são convertidos em corpos cetônicos pelo fígado. 
São os corpos cetônicos que serão utilizados como fonte de energia na ausência da glicose. 
Vale acrescentar que o fígado também consegue produzir quantidade suficiente de glicose na ausência de carboidratos, a partir do glicogênio hepático e muscular. Esse mecanismo (gliconeogênese) é fisiológico e acontece, inclusive, todas as noites durante o sono, período em que permanecemos em jejum.
É importante dizer que não há perda de massa muscular em dietas com baixo carboidrato e/ou na prática de jejum intermitente, quando a alimentação, associada à prática regular de atividade física, fornece  quantidades adequadas de proteínas, gorduras e minerais.
São os alimentos que fornecem para o nosso corpo as substâncias necessárias para o seu funcionamento. 
Essas substâncias se dividem em MICRONUTRIENTES e MACRONUTRIENTES.
Os micronutrientes compreendem as vitaminas e minerais que são essenciais para o funcionamento do organismo e os macronutrientes são as gorduras, as proteínas e os carboidratos. Existem aminoácidos essenciais (grupo das proteínas), ácidos graxos essenciais - ômega 3 e ômega 6 (grupo das gorduras) mas não existem carboidratos essenciais.

Vamos falar agora sobre os tipos de alimentos.

De acordo com o Sistema Nova, do professor Carlos Augusto Monteiro, da Escola de Saúde Pùblica da USP, os alimentos podem ser classificados em:

1. não processados e minimamente processados: alimentos in natura que passaram por algum pequeno processamento como secagem, moagem, pasteurização, embalagem e congelamento;

2. ingredientes culinários processados: usados no preparo dos alimentos, tais como óleo, azeite, manteiga, sal, açúcar, vinagre; 

3. alimentos processados: resultam da combinação industrial do alimento in natura com um ingrediente culinário, como por exemplo os queijos e compotas de frutas; 

4. ultraprocessados: produtos criados pela indústria, resultantes de formulações ricas em amido, gorduras, sal, açúcar e muitos outros aditivos (corantes, aromatizantes, espessantes, emulsificantes, estabilizantes, conservadores).

Organizando essas informações na minha cabeça, consegui compreender a importância de fazer boas escolhas na hora de me alimentar.
E foi assim que eu adotei a Alimentação Forte como estilo de vida.
O conceito de alimentação forte se baseia no tripé: fome real + saciedade + comida de verdade.
Resumidamente é comer comida de verdade - na fome real - e em quantidade suficiente para se sentir saciado, dando preferência a alimentos com maior densidade nutricional.

E o que seria essa tal comida de verdade?

Todo alimento proveniente da natureza e minimamente ou pouco processado. 
Basicamente: carnes, ovos, frutas, tubérculos, vegetais, leite e derivados, queijos e oleaginosas.
São alimentos que não precisam de grandes rótulos, são o que são. 

E como a LowCarb entrou nessa história?

Low = Baixo          Carb = Carboidrato

A lowcarb é uma dieta com baixa ingestão de carboidratos, que prioriza o consumo de boas gorduras, proteínas de alto valor biológico e vegetais de baixo amido.

Diminuindo os carboidratos você consegue:
   - manter-se saciado por mais tempo;
   - perder peso e melhorar a composição corporal;
   - diminuir os triglicerídeos;
   - prevenir e tratar a síndrome metabólica;
   - melhorar os níveis de HDL / LDL.

Pensando nessas vantagens e benefícios, aos poucos fui abandonando o açúcar e substituindo massas e farináceos por alimentos mais nutritivos e menos processados.
Consegui trocar uma alimentação vegetariana que era calórica, menos nutritiva e cheia de carboidratos,  por outra mais saudável, saciante e baseada em comida de verdade. 
Isso na maior parte do tempo, é claro, com algumas exceções.
Compreendi que na minha alimentação o menos poderia ser mais.

Menos = Carboidratos / Ultraprocessados 
Mais = Densidade Nutricional

Menos = Exceções
Mais =  Saúde / Qualidade de Vida

Falando em exceções, ontem à noite eu resolvi ver um filme e fiz uma pipoquinha doce para acompanhar.
E por que eu estou falando disso aqui com vocês?
Porque isso é normal e vai acontecer algumas vezes.
De vez em quando bate uma vontade, surge uma festa ou ocasião especial e abrimos uma exceção.
O importante é manter o foco e a regularidade naquilo que nos faz bem de verdade e no longo prazo.
Saiu da rotina? Tudo bem! Faz parte!
Respira fundo e volta. Só volta!
Invista seu tempo e sua energia nas coisas que realmente valem o esforço.
Invista na sua saúde. 
Invista em você!

Assim como quem escolhe uma louça bonita, bons talheres, uma bela toalha, velas e flores para enfeitar e montar a mesa, devemos escolher também os melhores alimentos para nutrir nosso corpo. É dentro dele que a vida começa. E ela pode ser muito boa!

Uma ótima semana!


 

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